domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um olhar do Paraiso




Peter Jackson é um cara que sabe surpreender todos. Ninguém esperava que um cara que tinha filme com tons dramáticos e trashs conseguiria adaptar um livro que tem uma mitologia tão profunda e era considerada uma “nova bíblia” pra muitos. Então venho Senhor dos Anéis e consegui fazer um mega sucesso de bilheteria e levou dezessete oscars.
Assim consegui manter uma amizade com Steven Spielberg e fez King Kong, filme que tem seu mérito pelos efeitos especiais e apresentar de novo um velho personagem.
Então vem Um Olhar do Paraíso, adaptação de um livro, área onde Peter Jackson mostrou ser ótimo, mas o filme decepciona.


O filme que só por carregar o nome de Peter Jackson já leva o publico para o cinema e faz nos pensar em premiação, mostra  que estamos enganados. A historia de uma adolescente que morre e acompanha os familiares e o seu assassino do céu tem um bom potencial, mas o filme não consegue nos fazer se encantar com essa historia. O filme que é narrado pela própria Susie Salmon, a protagonista, é incomodativa em várias partes do filme, chegando em certo momento irritar, pois acaba explicando o obvio, mas a momentos em que ela precisava ser usada. Alem disso o filme perde o seu ritmo em vários momentos em que podia fazer o espectador agarrar a poltrona, principalmente na seqüência em que a irmã de Susie pega a prova do assassino e tem que fugir da casa ( isso não é spoiler, pois é mostrado no trailer). A cena que mais nos deixa tenso é mostrado no trailer, ajuda a cena a perder seu valor, fazendo com que o espectador perca a expectativa.


 Stanley Tucci, um ator de quem gosto muito, é quem consegue salvar o filme de uma desgraça total. Ele consegue retratar um pedófilo de uma forma convincente e doentia, que passa pro espectador um desprezo pelo seu personagem. Susan Sarandon tem seu personagem mal aproveitada e acaba fazendo as vezes de um alivio cômico de uma forma horrível. Um dos poucos méritos desse filme foi fazer eu voltar em acreditar em Mark Wahlberg que fica com um papel com tom dramático e acaba não se saindo ruim como o pai desesperado com a morte da filha. Rachel Weisz está para ter seu nome no pôster, pois pouco aparece no filme e quando aparece é em cenas que acabam tirando ainda mais o ritmo do filme.

Saiorse Ronan que faz Susie tem seu mérito por atuar bem em certos momentos do filme, mas isso não consegue fazer que em certos momentos ela fique apática fazendo com que o espectador vire as costas para Susie e seu mundo perfeito. As cenas em que ela está no céu em certos momentos ficam sem nexo deixando o publico sem entender ou sentir o real significado daquela cena. Peter Jackson tenta muito realizar um contraste entre os opostos com a luz, remetendo ao maniqueísmo, mostrando Tucci num ambiente mais escuro,  o “mundo perfeito” claro como se o sol tivesse sempre em seu apogeu clareando, fazendo com que as sombras, a escuridão não apareça ali.

O filme também peca em criar uma falsa tenção com as musicas de fundo, remetendo a um filme de terror, o que foge totalmente do foco do filme. Além disso, a trilha sonora não combina em nada do filme, por exemplo usar rock em cenas com caráter mais dramático. Não esquecendo do final vergonhoso e decepcionante acabando com o filme de vez remetendo a uma preguiça tanto da escritora, por colocar isso no livro, quantos dos roteiristas ( Fran Walsh, Philippa Boyens e Peter Jackson) por adaptarem, enterrando ainda mais Um olhar do paraíso.

Peter Jackson tentou fazer um filme, mas como disse um amigo meu acabou parecendo um Ghost 2, só que se Patrick Swayze tinha o amor que lhe dava vontade para se despedir e vingar a sua morte, aqui temos Susie, um personagem que parece não ter amor suficiente para tentar ajudar sua família. Peter Jackson só não fica há beira do fracasso , pois tem as “costas quentes” com James Cameron e Spielberg, e O Hobbit, outra adaptação literária, fazendo voltar para a Terra – Media que ele conhece muito melhor.

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